quinta-feira, 18 de março de 2010

Amizade no outside



Fala Galera,

É alarmante a forma como a sociedade tem vivido suas relações. Se a gente escolhesse uma palavra para representar o espírito que predomina nas relações entre pessoas, creio que seria rivalidade.

No geral, todos parecem que são nossos inimigos e quase não encontramos mais o espírito de irmandade entre a galera. Claro que existe a galera que caminha unida, inclusive fazemos parte de uma comunidade que tem isso no seu sangue, a comunidade do surf.

Ela, a comunidade do surf, é um grande exemplo de uma galera que busca viver, caminhar unida. Você chega num pico pela primeira vez e se for um cara sociável, acaba fazendo amizade. Acaba ganhando novos amigos.

Mesmo nossa galera do surf tem vivido esse espírito de rivalidade e podemos encontrar isso nos picos onde o crowd predomina nos finais de semana. É comum vermos pessoas trocando palavras nada agradáveis no outside, muitas vezes convidando a sair do mar pra “resolver lá fora a parada”. Isso não bate com o soul surf. Apesar de estarmos acostumados com o lance do localismo, de sabermos que existe aqueles caras no Hawaii que são totalmente agressivos com o visitantes, os black trunks, sabemos que não é este o espírito que deve predominar no outside.

Todo esse sentimento é movido por uma coisa. O desejo de ser dono da vida, dono do lugar, dono de todo ao redor. Queremos que tudo que está ao nosso redor seja nosso, queremos ter o controle sobre tudo.

Olhamos para a vida como um amontoado de coisas e com isso acabamos amando as coisas e usando as pessoas para conquistar o que queremos. Distorcemos os valores.

No desejo egoísta que é alimentado dia a dia pela vida, acabamos por destruir nosso planeta e as pessoas através de relacionamentos superficiais e frios.

Andamos pela vida como se fôssemos uma maquina de destruir onde o que prevalece e o nosso “eu”. Destruímos a natureza com o nosso lixo jogado por onde andamos, destruímos as pessoas quando as usamos para ter prazer, para curtir e resolver o que precisamos resolver. Destruímos a vida quando deixamos feridas profundas nos corações das pessoas que por sua vez acabam passando a mágoa para outras. Tudo vira um ciclo vicioso.

Jesus denunciou isso pra galera do seu tempo. Ele disse: “De onde vêm às lutas e as brigas entre vocês? Elas vêm dos maus desejos que estão sempre lutando dentro de vocês. Vocês querem muitas coisas; mas, como não podem tê-las, estão prontos até para matar a fim de consegui-las. Vocês as desejam ardentemente; mas, com não conseguem possuí-las, brigam e lutam. Não conseguem o que querem porque não pedem a Deus. E quando pedem, não recebem porque os seus motivos são maus. Vocês pedem coisas a fim de usá-las para os seus próprios prazeres.” (Carta de Tiago, capítulo 4, versículos 1 até o 3)

Sabe galera, precisamos amar a vida, nosso planeta. Precisamos amar as pessoas de forma simples e não por interesse. Amar sem esperar algo em troca.

Amar a vida, a criação do Criador das Ondas. Buscar entender que fazemos parte de um projeto incrível e que precisamos caminhar ao lado do criador dele.

O que tem movido nosso coração? O que tem feito a gente tomar as atitudes que temos tomado. Será que é o nosso desejo de resolver somente a nossa vida e que o resto exploda?

Que possamos hoje buscar olhar para dentro de nós mesmos e, ao lado do Criador das Ondas, começar a trabalhar o que tem movido nossas ações.

Boas Ondas,

Por: Carlos Bezerra / PENA
Fonte: www.cearasurf.com.br

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