terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Intolerância



Jesus Cristo é Deus encarnado em homem. Recebeu dos povos todos os grandes títulos da época em que viveu na terra tais como Rei, Salvador e Deus.
Suas palavras e seus sinais levaram pessoas a verem o mundo de outra forma, na forma do seu estilo de vida, da sua verdade.
Jesus ora ao Pai dizendo que assim como Deus o enviou, assim ele enviava os discípulos ao mundo.
Após a subida de Jesus aos céus, os discípulos receberam o espírito de Cristo e vão a todas as nações em obediência a ordem do mestre.
Interessante é que no meio dos ensinamentos de Jesus não vemos ele sendo religioso. Ao contrário, ele denuncia a religiosidade e a falta de compaixão dos religiosos.
Por alguma razão que Jesus não entenderia o cristianismo e os que se consideram cristãos são os mesmos que se consideram religiosos. E ironicamente os que não se submetem a religião são considerados inimigos de Cristo.
Se você quer de fato ser como Cristo, ter seu caráter, você precisa dar o primeiro e louco passo na direção de Deus e para longe da religião.
Porque se olharmos para os evangelhos vamos ver Jesus promovendo uma forma muito particular de intolerância religiosa: A intolerância contra os religiosos.
Jesus que bebia com os estelionatários, comia com agiotas e era amigo das prostitutas, tolerava aparentemente tudo. “Eu não a condeno” disse para a mulher adúltera.
Jesus puxava conversa com divorciadas, colocava a mão sobre leprosos de que todos desviavam o olhar.
Jesus com estilo de vida sustentou a fama de homem de Deus ao mesmo tempo que abraçava os puxadores de fumo, os traficantes, travestis e aidéticos do seu tempo.
A única classe que fazia Jesus perder a paciência e a compostura era a classe dos religiosos.
Aquele que mostrou-se disposto a acolher no paraíso um criminoso não agüentava e não tinha paciência com os santinhos e perfeitos da sua época.
Eles despertavam a sua ira e se você quer ser como Jesus é necessário que desperte em você também.
Vale lembrar que a intolerância de Jesus em nenhum momento esteve voltada para o que mais tarde a gente chamaria de pagão.
A Jerusalém da época de Jesus era uma cidade ocupada pelos romanos e cheia de templos, estátuas de deuses, teatros que os judeus piedosos condenavam.
Eu não conheço uma palavra de Jesus condenando essas coisas. Pelo contrário, a gente percebe que Jesus estava familiarizado com o termo hipócrita que tem sua origem do teatro (ator, mascarado). Uma forma de arte que os Judeus perfeitos desconheciam e abominavam.
Engraçado é que ao mesmo tempo que ele tolerava os pagãos, batia de frente com quem dizia que tinha o controle ou acesso ao verdadeiro Deus.
Jesus reconhecia que o grandioso Deus das escrituras hebraicas era também o seu, mas ao mesmo tempo denunciava os sacerdotes e fariseus que pretendiam prende-lo em uma caixa dentro de um sistema religioso que mostrava que eles não tinham a menor idéia de quem estavam falando.
O primeiro passo para fazer no nosso tempo o que Jesus fez no seu é abrir mão de qualquer palavra de condenação contra ateus, feiticeiros, liberais, budistas, hindus e por ai vai.
O alvo da nossa intolerância deve ser outro
O alvo que também foi o de Jesus: os que andam pelo mundo achando que tem Deus dentro de uma lâmpada ou caixa e que são donos dele.
Quando apenas essas pessoas nos fizerem perder a paciência. Quando apenas esses nos fizerem levantar em protesto, estaremos sendo como Jesus.

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