domingo, 18 de janeiro de 2009

Espelho de Quem?


Introdução:

Quando Paulo escreveu a primeira carta aos Coríntios, ele tinha por finalidade, por propósito, resolver problemas que haviam surgido em meio a ela. Paulo fundou a comunidade cristã de Corinto em sua segunda viagem missionária. Lá ele passou 18 meses entre eles implantando o cristianismo e seus valores. Depois desses dezoito meses Paulo retoma sua viagem e continua sua caminhada de vida. Em certo momento ele recebe cartas da comunidade de Corinto informando-lhe que as coisas não andam bem por lá. Que os valores, que a unidade que havia tinha sido destruída. Que havia muitos conflitos de valores e que tudo estava desmoronando. A unidade havia sido quebrada. Paulo então resolve escrever a carta a comunidade e se você parar para ler, perceberá que a cada capítulo ele trata de um assunto, de um problema. Quando chegamos a pouco mais da metade da carta, no capítulo 11, logo no primeiro versículo, vemos Paulo dizendo o que vem a ser o versículo que temos por base pra refletir nesse artigo. Paulo diz: “Sejam meus imitadores como eu sou de Cristo.”

Paulo foi um homem nobre, íntegro e quando eu olho pra ele dizendo algo desse porte, entendo que ele tinha respaldo pra dizer.
Trazendo pra uma linguagem mais próxima da gente poderíamos entender que Paulo disse algo do tipo:

“Galera de corinto! O que é que está acontecendo? Passei 18 meses convivendo com vocês, falando e vivendo o amor de Jesus. Apresentei Cristo a vocês e agora está tudo de pernas pro ar por ai. O que está acontecendo? Vocês não estão conseguindo ver Cristo e se espelhar nele? Vocês não estão percebendo Cristo entre vocês? Pois se está difícil ver a Cristo e seguir, então olhem pra vim e se espelhe no que tento ser de Cristo, imitem o Cristo que busco ser na minha vida.”


Reflexão:

- Desde criança buscamos imitar os nossos pais em suas atividades (ex.: filho dirigindo no volante do carro ou pegando o jornal. A filha se espelhando nas atividades da mãe).

- Algo normal e natural do ser humano

- Crescemos buscando referencial, alguém a se espelhar

- Nada de anormal até porque aprendemos a partir da experiência dos que produziram grandes feitos e obras.

- Qualquer um de nós tem a possibilidade de aprender tudo que um ser humano realiza. Aprender o básico. Você pode aprender a surfar, mas não necessariamente será um Kelly Slater.

- Junto com essa necessidade de buscar referencial nas atividades que desenvolvemos surge outro ponto: a busca por um referencial de caráter.

- Você faz isso mesmo que não se dê conta.

- Se você buscar na sua mente vai perceber que existe alguém, alguma ideologia, alguma tribo que você se inspira pra viver e que busca em alguém um exemplo de conduta.

- O exemplo que demos no início dos filhos imitarem as atividades dos pais também acontece aqui com relação ao caráter. Nosso primeiro referencial de caráter é o dos nossos pais, das pessoas que nos criaram e educaram.

- Depois quando vamos crescendo sempre surgem os referenciais e os ideais que nos inspiram e moldam nossa personalidade.

- Hoje eu queria convidar vocês a olhar de outra forma pro caráter perfeito. O caráter que foi e é o referencial pra toda a raça humana e que foi nos dado como a maior prova de amor do Criador. O caráter e a pessoa de Jesus.

Mesmo que a gente não perceba, pensamos e construímos nosso entendimento de forma grega. Isso se deve a contribuição do povo grego no decorrer da história. A influência é grande e se você pesquisar vai se surpreender.

Quando nos convertemos e iniciamos nossa caminhada cristã, somo convidados a viver comunidade cristã, a viver igreja e isso é maravilhoso pois não há nada do que caminhar em unidade e cristianismo é justamente isso, comunidade, unidade.

Em meio a esse processo somos apresentados ao perfil que deveremos nos espelhar para que possamos viver o cristianismo verdadeiramente. Esse perfil é o caráter de Jesus, o próprio Jesus.

Devido a tendência grega de construir nossas idéias acabamos intuitivamente “listando” as características do caráter de Jesus e olhamos pro nosso próprio caráter. Percebemos que temos muita coisa a trabalhar e muitas vezes acabamos entrando em conflito com esse processo.

Acabamos tentando “instalar” esses novos valores de qualquer forma na nossa personalidade e isso não rola.
Por exemplo, se somos uma pessoa braba, que estoura com qualquer pressão da vida, e olhamos pra Jesus e vemos que Ele é manso, tentamos ser manso também.

E ai levamos pra nossa vida esse valor. Eu que não sou manso a partir de agora sou. Tocamos nosso dia e sofremos uma pressão natural do dia e acabamos estourando, onde ficou nossa “mansidão”? Olhamos pra nós mesmos e ficamos frustados.

Esse tipo de situação acaba nos levando a dois pontos: O primeiro é que olhamos pra gente e pra Jesus e dizemos que não temos condições de ser cristão. Desistimos da caminhada.
Outra situação que pode acontecer é que acabamos criando uma “máscara” um personagem que é manso apesar de não sermos. Quando estamos juntos na comunidade conseguimos ser manso, leves, suaves. Mas quando estamos no nosso trabalho, no lar, somos brabos, estourados e explodimos por qualquer pressão.

Interessante é que esse segundo exemplo é bem semelhante ao perfil do homem espiritual da época de Jesus. O homem que caminhava com Deus naquela época e que Jesus veio denunciar sua postura: os fariseus.

Os fariseus diziam que Jesus tinha vindo acabar com a Lei da época, a Lei de Moisés e em Mateus 5:17 Jesus diz exatamente o contrário. Jesus diz que não veio acabar com a Lei de Moisés nem com o ensino dos profetas, mas que veio trazer um sentido mais completo.

Quando eu olho pro amor de Deus em enviar Jesus, eu percebo que não foi somente pra enviar um perfil de qualidades pra gente se espelhar.
Quando eu olho pra Jesus vejo que tem algo com um sentido mais completo pra me espelhar.

Percebo que Jesus tinha o propósito de me mostrar a sua missão aqui na terra: Viver uma vida integral com Deus.

Quando Deus, movido de amor pela raça humana. Deus que está acima e muito além do nosso tempo humano, do nosso espaço físico e cronológico, se joga na história humana em forma de Jesus, ele divide de cara nossa história em antes e depois de Cristo.
Olhando pra Jesus inserido no tempo percebo que Ele cresce igual a uma criança normal, pois ele é humano. Desenvolve-se ano após ano e chega a sua maturidade percebemos por meio dos relatos dos evangelhos que Ele tinha todo o seu tempo para Deus. Todo o seu tempo humano. Jesus não tinha tempo fora de Deus, tempo sem Deus. Tudo era dedicado a Ele: seu tempo pessoal, profissional, seu tempo ministerial.
À medida que Jesus tem todo seu tempo para Deus, Deus volta seu tempo para Jesus. Daí surge uma relação, um relacionamento.

Ai você pode me perguntar: Certo Carlos, e ai? Como é que processa esse meu relacionamento com Deus?

Eu te respondo: Não sei brother.

Relacionamento é algo que tem haver com duas pessoas e Deus se relaciona com cada pessoa de uma forma. Imaginem, Deus que é grandioso, imenso, além do nosso entendimento, se limita a nossa mente, a nossa caminhada pra poder se relacionar conosco. Um amor assim é muito lindo brother!

Deus vai se relacionar com você de uma forma particular e pessoal. Dentro do seu contexto, da sua vida.

Eu sei o que você precisa fazer pra iniciar esse relacionamento e assim como uma pessoa apresenta um amigo a outro e posso lhe dizer que hoje estou lhe apresentando esse amigo a você: Deus.
Você precisa desejar profundamente no seu coração iniciar essa amizade, esse relacionamento e ai, meu amigo, Deus vai estar com você e eu digo com toda a convicção de um cristão que Deus vai se fazer presente em seu coração e em sua vida.

E com o passar da caminhada, do tempo e de sua amizade com Deus, seus amigos, as pessoas que fazem parte da sua vida começarão a perceber Jesus sendo refletido através da sua vida.

Boas Ondas,

Carlos Bezerra

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