segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O Deus que é Pai


Mateus 5:9

“Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus.”



Esse é o primeiro registro em que a gente pode perceber que Jesus nos associa a filhos de Deus e, portanto, Deus ser nosso Pai.

O segundo relato é mais direto e ocorre quando Jesus nos ensina a orar. Ele diz Pai nosso que estás nos céus.

Jesus tinha uma relação de pai e filho com o Criador. Jesus, antes de querer demonstrar algum sistema, alguma lista de regras ou de leis para se poder compreender Deus, nos convida a viver o simples, a perceber que a relação que Deus espera da gente é uma relação de um filho e um pai.

Eu não sei como é sua relação com seu pai. Não sei se você tem nele um referencial ou se está muito machucado para associar Deus ao seu pai.

Eu conheço relatos de missionário na Índia que precisaram refazer esse conceito de que Deus é pai para poder evangelizar meninas prostitutas que haviam sido violentadas pelos pais. Elas não conseguiam ver um Deus gracioso que as amava associando Ele aos seus pais.

Eu olho para essa ilustração que Jesus usa e vejo que ela vai muito mais além do Pai, do Abba Pai, “paizinho”.
Esse termo é usado pelas crianças Judias para se referir aos seus pais.

Vivemos uma época muito conturbada da história. A estrutura familiar tem sido modificada e muitas vezes ela nem existe como conhecemos.

Quando Jesus refere-se a Deus como pai, ele está buscando a sua referência de pai, a referência de que um judeu da sua época tem do pai.

O filho judeu tinha no pai muito mais que o cara que lhe gerou, ou o cara que supri suas necessidades. O pai era o espelho de quem o jovem desejava ser quando crescesse. A imagem que o homem buscava para sua vida. O jovem dedicava seu suor, seu trabalho aos afazeres do pai e quando casava ele ia criar sua família. Mas a formação que ele possuía era, de um modo geral, reflexo do seu pai e de tudo que ele fazia.

Era comum o filho aprender a atividade profissional do pai.

O pai era seu referencial.

Quando Jesus chama Deus de pai eu creio que ele estava trazendo esse significado também para a imagem de pai.

Perceba que quando a gente imagina um Deus que é pai, de um modo geral, buscamos entender que Deus irá suprir o que a gente deseja. Olhamos muito mais esse lado.

Não percebemos que existe uma necessidade e um desejo em Jesus que possamos buscar referencial em Deus para nossa vida. Que há um desejo em Jesus que a gente busque uma relação de intimidade, de cartas na mesa com o Criador e não uma relação de pedir e receber.

Jesus era um homem simples e buscava através da sua simplicidade mostrar que a relação com o Criador era simples e que todos, por meio dele, poderiam ter acesso ao Pai.

Tem uma parábola de Jesus que mostra toda a sua visão de Deus e toda a sua visão do homem que é filho do Pai.

É a parábola do filho pródigo, ou filho perdido.

Ela resume pra gente o que acontece com nossa relação com Deus e como muitas vezes a gente se comporta mesmo caminhado com o Criador, com o nosso Pai.


Ele conta que um pai tinha dois filhos e que certo dia um dos filhos se dirige a ele e pede toda a sua herança.

Para um pai judeu aquilo era mesmo que o filho estar matando o pai em vida. Mesma coisa que o filho dizer que matou o pai e que não quer mais nada com ele. Que não se importa com o trabalho da família e que vai cuidar da sua vida em outro lugar. O mesmo que ter matado o pai em vida.

O pai entrega o que o filho deseja e ele parte, vai embora.

O filho detona tudo com prostitutas, bebedeira, com as comédias da vida. Fica na miséria e para não morrer de fome aceita um trampo onde ele se alimenta dos restos das comidas dos porcos.

Certo dia se toca e resolve voltar para falar com o pai e pedir para se um empregado porque ele não se sentia mais filho do seu pai.

Ele então resolve ir de volta pra casa.

Quando o filho vai chegando o pai avista de longe e a corre ao seu encontro.
Antes mesmo que o filho possa se explicar o pai chama os servos e pedem que coloquem um anel no dedo do filho, vistam-no com a melhor roupa e calçados em seus pés.

Pede para matarem um novilho gordo e que iniciem uma grande festa. Ele diz que seu filho estava morto e agora esta de volta a vida.

Jesus faz essa leitura para que a gente possa perceber que Deus é nosso pai e que muitas vezes rejeitamos sua presença, rejeitamos sua Obra e resolvemos viver uma vida com nossas próprias mãos, uma vida onde nos somos auto suficientes, onde ficamos cegos para a presença de Deus na vida.

Muitas vezes comemos os restos quando poderíamos estar comendo o que Deus preparou para os que percebem e desejam caminhar com Ele.

E eu não estou falando de prosperidade não. Estou falando de viver a vida de forma plena, saudável e equilibrada na presença do Pai.

Deus está esperando que seu filho se toque e volte. Fico imaginando quantas vezes Deus não deve ter ficado esperando que eu tivesse sensibilidade de perceber a sua presença em minha vida. Deus espera por você que ainda não resolveu voltar para a casa do pai.

Interessante é que a parábola não termina aqui. Diz Jesus que o outro filho estava trabalhando no campo e quando regressa a casa vê o movimento e pergunta a um dos servos o que está rolando.

O servo conta o que aconteceu e o filho fica irado e não quer entrar. O pai vem e insiste com ele. Ele pega e joga na cara do pai que sempre esteve lá e que sempre trabalhou para o pai. Que nunca desobedeceu a suas ordens e que trabalhava como um escravo.

Disse que o outro filho que detonou tudo e volta todo arrependido. O pai mata um novilho e para ele nunca matou nada nem deu para ele celebrar com os amigos.

O pai explica que tudo que tem é dele e que o outro filho estava perdido e foi encontrado. Que havia a necessidade de celebrar.

O pai diz que tudo o que tem é do filho que estava ao seu lado.

Galera, Jesus resume muita coisa com essa parábola.

Tudo que nosso Pai criou é nosso, galera. Tudo!

Caminhamos buscando sensibilidade em Deus. Caminhamos buscando ser um reflexo de Cristo na vida de quem nos cerca e muitas vezes não nos sentimos dignos de viver a vida.
Temos sim que ter responsabilidade nas nossas escolhas.

Paulo disse que tudo me é lícito, mas nem tudo me convém.
Temos que buscar coisas que nos gere vida, vida abundante para nós e para os outros.
O filho que estava sempre com o pai poderia se sentir filho dele, mas na verdade se sentia um escravo.

Não somos escravos galera! Deus nos convida a viver com responsabilidade e com zelo por esse mundo e por tudo que nos cerca.

Somos um reflexo de Jesus nessa vida. Somos filhos de Deus e precisamos cuidar do nosso planeta, do nosso mundo.

Boas Ondas,

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