segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Os desafíos missionários para a igreja nesse milênio

Robson Brito




A forma como o evangelista João registrou a primeira multiplicação dos pães (João 6.1-12) nos revela que o nosso Salvador defrontou seus discípulos para com aquela multidão de mais de 15 mil pessoas famintas

O senhor continua ainda hoje a nos desafiar. Trata-se de um desafio missionário, que se apresenta em três dimensões, na virada do milênio.

O DESAFIO DA FOME

Aquela multidão descrita no Evangelho havia estado com Jesus durante todo o dia. Gente simples que estava aflita pela vinda do Messias. Depois de ouvirem o Mestre o dia todo tinham muita fome. Não sabiam que Jesus podia saciar-lhes também o desejo de comerem comida material, pois o Nazareno ainda não tinha multiplicado pães.

Podemos imaginar mulheres pálidas; crianças choramingando pedindo algo para matar a fome; homens, com o estômago roncando, sem saberem o que fazer. Como terá sido esse quadro?

Atualmente, o mundo está faminto. Faminto de alimento material, mas principalmente, de um alimento que os supermercados não vendem e nem os navios carregam. As pessoas têm uma fome extrema: de paz; de sentido para a vida; de amor; de justiça; de esperança; enfim, de salvação.

O nosso salvador continua dizendo para nós o que disse aos seus doze obreiros: “daí-lhe vós de comer”!

O DESAFIO PELOS SINAIS

Lemos em Jo 6.2: “E seguia-o uma grande multidão, porque via os sinais que operava sobre os enfermos”. O Espírito Santo nos diz com esse texto que também precisamos clamar pelos sinais.

A nossa fé e a dos nossos evangelizados não deve sustentar-se nos sinais, mas sim, na Palavra. Entretanto, o Senhor prometeu-nos que, se nos lançássemos à obra da evangelização, Ele nos usaria com sinais. Assim, como Ele confirmava a Palavra dos primeiros cristãos com sinais que os seguiam, irá fazer o mesmo nos últimos dias.

Mas, o Todo-Poderoso prefere agir mais, quando oramos. Então, vamos buscar mais os sinais para que as multidões sejam atraídas.

O DESAFIO DE UM MÉTODO EFICAZ

Em terceiro lugar, se quisermos cumprir o nossa missão de igreja na virada do milênio precisamos observar o método de Jesus.

Na primeira multiplicação dos pães, o Mestre dos mestres nos ensina o jeito de fazer com que o trabalho dê resultados . O Senhor revela na passagem que estamos utilizando que seu método tem quatro características:

Primeiro, começa com o teste: “Disse a Felipe: Onde compraremos pão, para estes comerem? Mas dizia isto para o experimentar; pois ele bem sabia o que ia fazer”.

O senhor também nos testa, quando permiti-nos ver os menores abandonados; a prostituição; os viciados; os povos que não têm sequer um versículo Bíblico em sua língua; as necessidades dos povos não alcançados. Será que vamos passar no teste de Jesus?

Segundo, o método de Jesus é participativo: Ele não declarou: “Como vou fazer para resolver o problema?”; ou “como vou me virar”? Mas sim, disse: “Onde compraremos pão”.

A cada um dos apóstolos coube a responsabilidade de distribuir os pães multiplicados e depois cada qual deles teve que usar um cesto para colher as sobras. O senhor queria que eles se envolvessem em todas as dimensões do milagre. E Hoje, o Senhor continua querendo nos envolver na Sua obra! Vamos nos integrar.

Terceiro, o método de Jesus depende de Deus: Jesus, ao pegar a merendinha daquele rapaz, não ficou olhando para limitação dos recursos. O evangelista Mateus declara que Ele olhou para cima e orou. Aprendamos a desconfiar de nós e confiar mais em Deus. Vamos orar mais, confessar ao Pai que dependemos d’Ele.

Quarto, o método de Jesus é organizado. Chega de fazer a obra de Deus de modo desorganizado, ingênuo, somente na base do improviso!

Não podemos mais fazer as coisas para o Senhor de qualquer maneira e depois nos desculparmos dizendo que é bom deixar as nossas atividades por conta do Espírito. O Espírito Santo não organiza bagunça promovida pela negligência.

Jesus começa sua organização na multiplicação dos pães fazendo um levantamento dos recursos antes do milagre. Também, o evangelista Marcos diz que, antes de multiplicar os pães, Jesus mandou o povo sentar-se em grupos de 50 e 100 pessoas. Além disso, o Senhor proibiu o desperdiço - mandou guardar as sobras para que nada se perdesse.

Vamos nos organizar para fazer a obra do senhor da mesma forma e os resultados serão maravilhosos.

NOSSA RESPOSTA AOS DESAFIOS

Deus sempre tem alguém! Naquele final de tarde Jesus pôde contar com um rapaz, que doou seu lanche para que Cristo alimentasse a multidão faminta.

Esse moço nos ensina como devemos agir diante dos desafios de Deus nesse final de século.

Precisamos nos identificar com a causa de Jesus. Aquele rapaz poderia estar em muitos outros lugares naquele dia quente. Poderia estar passeando a beira do Mar da Galiléia; brincando com seus colegas; vendo a marcha dos soldados romanos; mas, ele preferiu estar na presença de Jesus. Nós também precisamos “vestir a camisa de Jesus”, “vestir a camisa” de missões.

Precisamos ser voluntários. Mais pessoas poderiam ter trazido lanche naquela multidão de 15 mil pessoas. Mas, somente esse rapaz doou seu lanche. Certamente, quando André começou a procurar comida entre aquele mundaréu de gente, aquele menino presumiu que o alimento que ele procurava seria levada para Jesus, ou seja, para o líder se alimentar. E foi por isso que prontamente ele ofereceu tudo o que Ele tinha. Estamos sendo voluntários na obra do Senhor?

Precisamos estar preparados para servir a Cristo. Aquele jovem nos ensina que devemos seguir ao Senhor preparados, com recursos. Vamos nos preparar espiritual, teológica, psicológica, e culturalmente para fazer a obra de Deus! O método de Jesus exige auto-preparação de seus seguidores. É a ordem do apóstolo: “procura apresentar-te a Deus aprovado”. Vamos nos preparar!

Precisamos valorizar o que somos e o que temos. Aquele rapaz, não se subestimou porque só tinha pão de cevada para oferecer. É bom lembrar que o pão de cevada era o pão dos pobres, o pão da Galiléia (terra de gente marginalizada pela elite judaica). O senhor Jesus também não fez pouco caso da merenda do rapaz. Não exigiu pão de trigo. Ele multiplicou os pães de cevada mesmo, o recurso que dispunha, na ocasião.

Vamos entregar nossa cevada nas mão do Senhor. É isso que ele quer usar para saciar a fome das multidões! Valorize o que você é! valorize o que você tem! valorize o que você sabe fazer! Coloque diante do dono da obra a sua cevada!

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