sexta-feira, 28 de novembro de 2008

As Ondas


Por Carlos Bezerra

Quem nunca viu aquela situação onde o cara vem chegando no shopping na hora mais lotada para assistir um filme. Não tem um lugar sequer para estacionar mas quando ela vai passando aparece uma vaga bem na frente do portão que dá acesso ao cinema. Geralmente a gente chama de “a vaga do crente”.

As vezes na comunidade surge duas pessoas com enfermidades graves e todos oram pela saúde delas. Nos dias seguinte uma delas fica curada e todos dizem que Deus ouviu as orações. Eu me pergunto quase que clamando: - E a outra! Deus não quis curar?

Fico pensando, se Deus proporciona a vaga no shopping pro carinha porque ele não intervém em calamidades grandes do tipo enchentes, tsunamis, epidemias ou a fome que mata milhares de crianças no mundo?

Temos a tendência humana natural de querer entender Deus a partir de nós mesmos, de nossas atitudes e entendimentos das coisas. É como se a gente pegasse um daqueles copinho de remédio, enchesse com água do mar e dissesse que ali estava o oceano do planeta terra.
Naquele copinho não cabe o oceano, em nosso entendimento não cabe Deus.

Engraçado é que na Bíblia, quando olhamos os homens que caminharam com Deus, eles não estavam preocupados em entender Deus. Eles simplesmente vivenciavam Deus a partir das experiências nas quais Deus se revelava.

Quando Moisés perguntou a Deus como Ele se chamava Deus disse: “Eu sou.”

Eu sou tudo, Eu sou a vida, Eu sou a morte, Eu sou toda a existência, Eu sou tudo!


Eu tenho buscado entender Deus a partir da minha vida, e o hoje eu gostaria de me utilizar do mar, das ondas, uma criação de Deus, para tentar falar do que tenho entendido.

O mar como falei é criação de Deus e por ele, pelas suas ondas já passaram inúmeros surfistas em todos esses anos. Dos primeiros surfistas nas ilhas da Polinésia até os campeões mundiais de hoje. Nos anos 80 a onda mais temida era Pipeline, hoje temos Teahuppo e outros picos na Califórnia e Austrália. Uns que ainda nem descobrimos.
Muitos curtindo as ondas como hobby, outros como profissão e outros ainda como estilo de vida. O mar já abrigou e abriga muitos surfistas e muitas histórias.

Um homem vem a terra com toda a essência do Criador. E Ele vem nos ensinar uma forma de surfar que é a forma que faz com que a gente possa usufruir da forma mais plena das ondas e do mar.

O surfe desse homem não é um surfe de qualquer jeito ou que está focado em qualquer coisa. O surfe desse homem tem a intenção de adorar ao Criador e de se relacionar com a criação da melhor forma.

O surfe desse homem busca ter total sintonia com as ondas e pra isso ele possui toda uma forma de ser.

A Sua batida, seu cut back, seu tubo não é de qualquer jeito. Ele busca a sensibilidade pra entender o mar e o que a onda pede. Ai está seu segredo: sintonia com a criação.
Eu conheço muito surfistas que quebra muito, que manda manobras altamente radicais, que extrapola na onda. Que faz coisas que a gente não consegue acreditar.

Essa peformace não é sinônimo de sintonia com o surfe desse homem. Você pode surfar muito, fazer aparentemente as coisas certas mas na verdade tudo que você está fazendo são atos mecânicos, atos que não buscam a sensibilidade, a sintonia.

Porém você pode passar anos, buscando acertar uma manobra da forma como ele executa, da forma que ele realiza e a cada mês, a cada ano você consegue perceber a manobra de uma forma mais próxima ao estilo Dele. Essa manobra é muito, muito mais valiosa que atos mecânicos. Essa manobra está cheia de sintonia com o Criador.

Claro que existem pessoas que conseguem unir manobras lindas com o estilo desse homem e ai Elas conseguem inspirar outros surfistas a se instigarem nesse estilo de vida, de surfe.

O desafio é a cada ano, a cada tubo, a cada batida, a cada aéreo, você eu buscarmos o estilo desse homem para nosso surfe, para nossa linha de onda.
Só assim a gente vai poder usufruir de forma plena da criação e da inspiração que o Criador.

O seu mundo está ai, sua comunidade, sua vida, sua realidade, seu contexto. Só a partir do momento que você consegue trazer Cristo pra dentro da sua cultura é que você poderá transformar o mundo ao seu redor.
O desafio está feito. Boas Ondas.

Se liga nas notícias