segunda-feira, 11 de maio de 2009
Saia da caixa da religiosidade
Por Carlos Bezerra
Diz a Bíblia que logo após ser batizado, Jesus vai para o deserto onde é tentado pelo que todos nós somos tentados na nossa vida. Somos tentados a ser deus.
Voltando da temporada no deserto, Jesus começa seu ministério público nas praias da Galiléia. Começa a buscar seus primeiros discípulos.
Certa vez, quando estava ensinando a seus discípulos, começou a juntar uma multidão e Jesus se dirige a um monte para ensinar.
Lá ele começa a ensinar como deveria ser o coração do homem que desejava caminhar com o Criador. Ensina cada detalhe do coração do homem que deseja ser feliz, ser bem aventurado.
Depois desafia a todos, discípulos e multidão a fazer a diferença nos seus grupos, nos seus contextos de vida. Ele convida a todos a serem sal na terra e luz do mundo, levar luz onde há sombras.
Logo após começa a dizer para todos que não veio acabar com a Lei, que o que ele estava ensinado não tinha como propósito abolir a lei mas trazer um sentido completo, trazer vida para ela.
Interessante é que Jesus era um rabino e os rabinos são caras que interpretam as leis. Um rabino diz o que pode e o que não pode ser feito para que uma lei seja cumprida. Um rabino diz o que pode e não pode para que uma lei seja abolida. O conjunto de permissões e proibições denomina-se jugo do rabino.
Um rabino prega para os seus discípulos sobre o jugo de um rabino que tem autorização para pregar o seu jugo. Essa autorização para pregar seu próprio jugo e ganhada quando o rabino é reconhecido por dois rabinos de autoridade reconhecida entre a comunidade rabínica.
Jesus teve seu reconhecimento quando foi batizado. As duas autoridades que reconheceram Jesus foram o Espírito Santo que desceu em forma de pomba e a voz de Deus que disse “Esse é o meu filho amado de quem me agrado”.
Essas são as duas autoridades que reconhecem o jugo de Jesus, os ensinos de Jesus.
E ai Jesus começa a ensinar no estilo “Vocês ouviram o que foi dito, eu porém vos digo”, ou seja, Vocês ouviram o que os rabinos disseram, eu porém digo a vocês que...”
Queria convidar você a refletir comigo sobre um desses “Vocês ouviram o que foi dito” de Jesus. Ele fala da necessidade de amarmos nossos inimigos:
“Vocês ouviram o que foi dito: Amem o seu próximo e odeie o seu inimigo. Mas eu lhes digo: Amem os seus inimigos e orem por aqueles que os perseguem, para que vocês venham a ser filhos de seu Pai que está nos céus. Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.
Se vocês amarem aqueles que os amam, que recompensa vocês receberão? Até os publicanos fazem isso!
E se saudarem apenas os seus irmãos, o que estarão fazendo de mais?
Até os pagãos fazem isso! Portanto, sejam perfeitos como perfeito é o Pai celestial de vocês.”
Esse versículos estão lá em Mateus 5:43-48
Todo ser humano é criação de Deus e todo ser humano, mesmo que não saiba, tem a luz de Deus dentro dele porque foi criado a imagem e semelhança do Criador.
Temos a tendência de achar que Deus “joga” só no nosso time e que ele vai nos dar aquela vaga no vestibular no lugar de dar pro outro cara que não é cristão. Temos a tendência de achar que somos filhos privilegiados do Criador porque “fazemos o dever de casa” bem direitinho. Ficamos indignados quando vemos um cara que não é cristão se dar bem na vida enquanto ralamos para viver.
As ondas parecem que sobem somente perto do cara que é todo erradão enquanto eu que sou cristão estou aqui e não estou pegando as boas. Mesmo que a gente não se dê conta achamos que as melhores ondas e os melhores tubos têm que ser da gente porque somos os mocinhos do filme.
Dizemos: Eu sirvo na minha igreja, dou o dízimo e não falto a nenhum culto, logo, nada de mal vai acontecer comigo e tudo vai dar certo na minha vida. Sem perceber lidamos com Deus na forma de barganha, de investimento a longo e curto prazo.
Jesus diz nos versículos que lemos: “Porque ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.”
Cara, não sou eu que estou dizendo, é Jesus.
Temos uma tendência a achar que Deus olha para os seres humanos e classifica em bons e maus.
O religioso diz que tem dois tipos de gente: gente boa e gente má.
Quer reconhecer as boas? São iguais a mim, diz o religioso. E as más não são como eu – completa.
Jesus nos ensina: Há dois tipos de pessoas: as arrependidas e as não arrependidas. Todas as duas são más pois “todos pecaram e perderam a Glória de Deus”.
Deus não olha e vê gente boa, gente má e Jesus. Ele olha e vê gente pecadora e Jesus.
O religioso não entende isso, eles se afastam das pessoas e dizem: Esses são gente ruim.
Interessante é que foram justamente os religiosos da época de Jesus que mataram ele.
Jesus vai junto dos pecadores, prostitutas, ladrões.
Jesus vai junto dos travestis, traficantes, corruptos e diz:
Vocês são pecadores! Eles reconhecem e pedem ajuda e a ajuda de Jesus é: venham jantar comigo! Venham pra perto de mim.
Interessante é que pro judeu ir a casa e jantar é sinônimo de intimidade. Um judeu quando convida alguém pra jantar é porque está dizendo que quer a pessoa fazendo parte da sua intimidade. Venha pra perto de mim!
Os religiosos atacam Jesus porque Ele quebrou as regras e decidem então que vão matá-lo.
Isso é religião, se você não se adéqua, você é exterminado, você é excluído, é expulso.
Para os religiosos importa onde você nasceu. Se foi num lar cristão, se fez escola bíblica, se você sabe de cor e salteado o hinário e se canta igual a Aline Barros.
Para Jesus o que importa é o dia em que você nasceu de novo. O seu novo nascimento. O dia onde Deus virou o seu Pai e a Igreja a sua nova família. Esse é o dia da sua vida que tem mais valor pra Jesus.
Deus não cabe numa caixa, Deus não cabe na minha ou na sua cabeça. Deus é muito maior do que qualquer coisa que a gente conhece.
Não limite Deus na sua vida, não limite a sua vida diante da religiosidade.
O convite que a gente faz essa noite a você é: saia da caixa.
Da caixa da religiosidade, da caixa que faz com que a gente muitas vezes ache que tudo tem de dar certo porque somos os mocinhos do filme ou porque fazemos o dever de casa. Da caixa que impede a gente de perceber que a vida abundante prometida por Jesus ta bem perto da gente e que muitas vezes não percebemos.
A caixa que nos impede de nos relacionarmos com quem não é igual a nós.
A caixa que nos enche de orgulho na hora de pedir perdão
A caixa que nos impede de vivermos o cristianismo como estilo de vida porque achamos muitas vezes que é uma vida de prisão, uma vida onde não teremos liberdade onde na verdade é o contrário.
Ter o cristianismo como estilo de vida nos leva a liberdade.
Liberdade de escolha,
liberdade de se relacionar com o Criador de forma pessoal.
Liberdade de você se olhar no espelho e ser você mesmo, sem máscaras.
O Cristianismo liberta.
Saia da caixa, venha caminhar com a gente.
Boas Ondas
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