terça-feira, 20 de outubro de 2009

No caminho



Por Carlos Bezerra

(Lucas 24: 13-35)


Os versículos da bíblia que lemos acontecem exatamente após a ressurreição, logo após os discípulos chegarem ao sepulcro e verem que o corpo de Jesus não estava mais ali.


A Bíblia diz no versículo 13 que naquele mesmo dia dois discípulos estavam indo para um povoado distante 11 km de Jerusalém.

Eles estavam caminhando, discutindo sobre tudo que havia acontecido. Jesus aparece, caminha com eles, pergunta sobre o que ta rolando, eles falam, Jesus interage com eles, mas, não percebem que era Jesus. Só percebem quando o convidam para cear e no repartir do pão percebem que era Jesus.

Eu percebo alguns fatos que estão aqui e nos ensinam algumas lições, algumas percepções da nossa caminhada, de Jesus e da nossa atitude diante da galera e da vida.

1 – Eles discutiam e falavam sobre Jesus (v14)


Eu olho para esses dois discípulos de Jesus e fico tentando entender o coração deles. Por mais que Jesus tivesse vivido com eles, tivesse falado sobre tudo que iria acontecer, isso não era o que eles esperavam.

Os discípulos esperavam a libertação do povo de Israel das mãos do Império Romano. (v 21)

Olha só, os discípulos caminhara com Jesus, dia após dia. Viram seus milagres e maravilhas.

Eles possuíam no coração o desejo que o Messias os libertasse da opressão Romana. O povo de Israel sonhava com a libertação e o Messias era a promessa que eles tinham em seus corações.

Eles viram Jesus trazer visão a cegos, ressuscitar mortos, e limpar leprosos.

Talvez, na mente deles, na hora que eles fossem tomar o poder e quando os exércitos Romanos viessem atacar, o Messias, o Jesus que deu vista ao cego poderia cegar todo o exercito. O Jesus que ressuscitou um morto poderia, na hora que chegasse milhares de soldados, matá-los de um vez só. Ou talvez deixá-los todos leprosos e causar um pânico nas estruturas do império.

Por mais que eles tivessem vivido e caminhado com Jesus, eles possuíam esse espírito triunfalista, esse espírito de dominar, de ser poderoso.

Eles estavam confusos, não entendiam o que havia acontecido e estavam tentando entender a situação das mulheres que haviam encontrado o sepulcro vazio. (v22)

Havia uma grande confusão na cabeça daqueles discípulos e Jesus, mesmo não sendo reconhecido por eles, começa a repreender e a dar um toque pra eles. (v25)


Muitas vezes nossa cabeça fica assim. Queremos um Jesus que seja um general, um Jesus que resolva nossos problemas, um Jesus que destrua nossos inimigos.

Queremos sair passando por cima de todos os obstáculos que temos na vida usando a imagem de um Jesus que joga no nosso time contra quem se colocar na nossa frente.

Queremos um Jesus que “funcione” para resolver nossos problemas.

Acabamos por nos isentar da nossa responsabilidade. Detonamos nossa grana, nosso cartão de crédito e depois chegamos junto de um brother e dizemos “cara, estou sendo perseguido pelo demônio”.

Somos responsáveis pelos nossos atos. A proposta e caminhada com Jesus é para muito mais que resolver problemas.

2 – Os ensinos estão por todos os lados (v25)

Apesar de ser Jesus falando com eles, não sabiam que era ele. E Jesus explica e fala sobre os profetas e sobre tudo que era necessário acontecer, tudo que precisava acontecer para que o povo pudesse ser liberto. Liberto não de algo físico mas de algo maior, algo espiritual.

Temos a oportunidade de ouvir a Palavra, o Evangelho. Temos um monte de surfista que proclama a Palavra toda segunda-feira. Temos comunidade que buscam viver cristianismo de forma pura, de forma simples.

Mas também temos muito ensino enganoso, ensino que parece mais com algo do tipo: 10 passos para o sucesso ou livro de auto-ajuda. Ensinos que estão só querendo dar a mim e a você uma ilusão que a felicidade está me resolvermos os nossos problemas.

Muitas vezes chegamos querendo ter vitórias, conquistas, sucesso e tudo mais que a vida “proclama”. Transformamos o cristianismo em canal para ter sucesso, ficar rico, e coisas desse tipo. Somos enganados, ludibriados, ficamos machucados e frustrados com a caminhada.

Os discípulos esperavam ser libertos de um domínio Romano. Jesus estava proclamando uma liberdade diferente, uma liberdade espiritual.

Libertar da escravidão espiritual que faz com que muitos de nós não consiga nem dormir, remoendo problemas, vícios.
Uma escravidão que faz a gente ser dependente de prostituição, de drogas. A escravidão do egoísmo que faz muitas vezes a gente só olhar pra nós mesmos e não perceber que quem está ao nosso redor tem vida e que tem sonhos e que precisa se amado e honrado.

Libertar do vício que faz muitas mães passarem a noite acordada esperando seu filho voltar das drogas, voltar da bebedeira. Que faz muitos filhos nem voltarem pra casa por morrerem na violência, nas drogas, no vazio.

O Reino de Jesus era bem diferente do que os discípulos estavam esperando. A Glória de Jesus era bem diferente da glória que eles desejavam.

Será que queremos viver o Reino e a Glória de Jesus ou estamos buscando construir o nosso reino e a nossa glória?


3 – Partir o pão é partir a vida.


Diz nos versículos que a gente leu que Jesus ia já saindo fora quando eles convidaram para ficar. Ele ficou e quando iam comer, se alimentar, quando deu graças e partiu o alimento e DEU a eles. Quando compartilhou o pão e DEU aos discípulos eles o reconheceram e eles desapareceu.

Cara, essa parte é muito massa!

Cristianismo tem haver com vida, tem haver com galera, com comunidade.

Você não vive cristianismo sozinho. Você não pode ser um cristão solitário.

A lição que Jesus deixa aqui pra essa galera é muito massa!

Ele, sem usar da teoria, das palavras que falou antes, age e através de uma ação deixa uma mensagem profunda e simples.

Eu olho para essa cena de Jesus e vejo ele expressando algo do tipo:

Galera, esse partir o pão é muito mais que comer, o pão físico. Esse partir o pão tem haver com repartir a vida, em compartilhar a vida. Enquanto a gente ficar só nas teorias, ficar só olhando para as nossas necessidades próprias.

Enquanto a gente não perceber que a mensagem é muito mais profunda e muito mais simples, não conseguiremos viver verdadeiramente o cristianismo.

Se queremos viver cristianismo, se queremos ter uma experiência de vida com Jesus. Se queremos viver esse estilo de vida, precisamos olhar para o que Jesus mais amou.

Precisamos olhar para o que eles nos ensinou. O amar ao Criador das Ondas sobre todas as coisas e ao brother como a si mesmo.

E isso é a base para se viver a comunidade.

Só vamos conseguir viver transformação de vida se conseguimos olhar para o Jesus que reparte o pão, que divide a vida, que compartilha a vida em comunidade.

De repente você está olhando pra você e percebendo que a vida que tem vivido não tem levado a lugares legais. Se você quando se deita a noite para dormir fica pesado, pensando no que tem feito e isso lhe dá tristeza, lhe dá um vazio, eu digo pra você brother, Jesus é o novo caminho, Jesus é onde você vai encontrar a resposta para curar essa dor.

Jesus não vai estar em uma pessoa somente, Jesus vai estar no partilhar da vida, na comunidade, nesse ajuntamento de pessoas que mesmo vivendo realidades diferentes, se sentem uma só por meio de Jesus.

Se você deseja verdadeiramente mudar de vida, ser abraçado por essa galera eu convido você a iniciar essa caminhada com a gente porque isso aqui não tem haver com livro de auto-ajuda, isso é VIDA, é CAMINHADA.

Isso aqui tem haver com o amor do Criador das Ondas que mandou o seu filho morrer numa cruz para que a gente pudesse ter uma vida eterna, uma vida completa, uma vida partilhada em comunidade.

Boas Ondas

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