segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Um garoto e um sonho


Era um começo de tarde como outras tantas. Algumas ondas quebrando no outside e a molecada dentro d´água pegando onda. Um garoto olhava os outros surfando e ficava imaginando como seria bom fazer aquilo ali. Parecia ser algo superior a se fazer mas, não tinha condições de ter uma prancha.

Sem muitas possibilidades a não ser sonhar, ficava imaginando como faria a linha na onda. Sonhava acordado em meio as ondas dos outros garotos.

Sua vida era assim, poucas possibilidades, poucos recursos, pouca comida em casa mas uma mente que não parava de sonhar. Apesar da limitação, não culpava ninguém, pois algo dentro de si dizia que tudo que desejasse poderia alcançar se trabalhasse e se dedicasse para conquistar.

Certo dia, um surfista competidor que estava passando pela sua praia observou aquele garoto com cara de sonhador. Chegou perto dele e perguntou porque ele não ia pra dentro d água com os outros garotos. Ele falou que ainda não tinha prancha e que a molecada estava tão instigada que não liberava uma prancha para ele.

O surfista ficou sensibilizado com a história do garoto e depois de conversarem um pouco fez um desafio a ele. Disse que, se ele desse uma lavada geral no jipe dele ganharia uma grana para começar a juntar para comprar uma prancha. O garoto topou na mesma hora. Lavou tudo com a maior dedicação, sonhando e pensando que o seu sonho de ter uma prancha começaria a se concretizar. Pensou o quanto seria legal ter uma prancha e poder surfar quando quisesse. Em meio a muita água e sabão o garoto lavava o jipe e sonhava com o seu futuro.

Uma hora depois, quando estava finalizado o trabalho ficou esperando aquele surfista sair do mar para lhe pagar o que seria a primeira parte de um sonho a se realizar. O surfista saiu da sua session e veio ao encontro do garoto. Olhou o jipe, viu que tudo havia ficado bem legal. Olhou para o garoto, viu seus olhos brilhando cheios de vontade de realizar um sonho que seria fruto do seu trabalho. Olho para o garoto e quando fez um gesto para pegar o pagamento acabou por lhe entregar a própria prancha.

O garoto ficou paralisado, sem conseguir acreditar. O susto e alegria se misturaram na situação. O olhar de gratidão falava mais do que qualquer discursos elaborado. A felicidade estampada no rosto do garoto mostrava para aquele surfista que ainda há esperança para as injustiças da nossa sociedade.

Aquele garoto possuía os mesmos sonhos que qualquer garoto da sua idade mas a limitação oferecida pela vida não tirou da sua alma o desejo de sonhar e lutar pelo que queria.

Aquele surfista percebeu que ele mesmo era um agente transformador da vida. Percebeu que ele era um promotor da paz, da justiça. Muitas vezes, queremos que as injustiças sociais se dissipem mas isso não vai acontecer se ficarmos presos aos nossos mundinhos e suas demandas. Se tivermos vontade, garra e determinação, faremos coisas muito maiores do que imaginamos.

A decisão é nossa.

Boas Ondas

Por: Carlos Bezerra / Pena / Surfbeat
Foto: Divulgação



Um comentário:

anareis disse...

Querido amigo. Estou fazendo uma Campanha de doações pra ajudar os jovens rapazes que estão internados no Centro de Recuperação de Dependentes Químicos onde meu filho está interno também.Lá tem jovens que chegam só com a roupa do corpo,abandonados pela família. Eles precisam de tudo:roupas masculinas,calçados,sabonetes,toalhas,pasta de dentes,escovas de dentes,de um freezer, Roupas de cama,alimentos. O centro de recuperação sobrevive de doações,são mais de 300 homens internos.Eles merecem uma chance. Quem puder me ajudar pode doar qualquer quantia no Banco do Brasil agência 1257-2 Conta 32882-0

Se liga nas notícias